Vários incidentes recentes ilustram esta tendência.

Num deles, o exército israelita matou dois jovens, um israelita e um palestiniano, que atiravam pedras; o jovem palestiniano morreu sob custódia, segundo a Autoridade Palestiniana.

A violência não se limita a confrontos diretos.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, durante uma conversa telefónica com o presidente palestiniano Mahmoud Abbas, denunciou “o aumento maciço da violência dos colonos contra civis palestinianos”.

Esta preocupação é partilhada por organismos internacionais.

O Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registou mais de mil mortes de palestinianos na Cisjordânia nos últimos dois anos. Apenas em outubro, foram reportados 264 ataques de colonos que resultaram em vítimas ou danos materiais, o valor mensal mais elevado em quase duas décadas de recolha de dados. A expansão de colonatos ilegàis, demolições de casas, restrições de movimento e o estrangulamento financeiro da Autoridade Palestiniana são apontados pela ONU como fatores que alimentam a violência e o desespero entre a população palestiniana, criando um ciclo de conflito que parece não ter fim à vista.