A passagem de um navio de carga com bandeira portuguesa, o Holger G., a caminho do porto israelita de Haifa com um carregamento de material militar, gerou controvérsia e denúncias por parte de organizações políticas e de direitos humanos em Portugal. O caso levanta questões sobre o papel de navios de registo europeu no fornecimento de equipamento militar a zonas de conflito. Segundo as notícias, o cargueiro, de origem alemã mas com pavilhão português, transportava mais de 400 toneladas de armamento e material militar destinado a empresas israelitas do setor. O Bloco de Esquerda e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano foram algumas das vozes que denunciaram a situação, exigindo esclarecimentos e uma tomada de posição por parte do governo português.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros, no entanto, optou por não comentar o caso, mantendo uma postura de silêncio oficial sobre o assunto.
A situação ocorre num contexto de elevada sensibilidade, dada a guerra em curso na Faixa de Gaza e os apelos de várias organizações internacionais para um embargo de armas a Israel, devido às acusações de violações do direito internacional humanitário. A utilização da bandeira portuguesa, que implica o registo no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), coloca Portugal no centro de um debate sobre as responsabilidades dos Estados de bandeira no controlo das cargas transportadas pelos seus navios, especialmente quando se trata de material de guerra com destino a uma zona de conflito ativo. A falta de uma declaração oficial do governo português deixou em aberto questões sobre o conhecimento prévio das autoridades relativamente à natureza da carga e ao seu destino final.
Em resumoO transporte de material militar para Israel por um navio de bandeira portuguesa suscitou um debate público sobre a neutralidade e as responsabilidades de Portugal no conflito do Médio Oriente. A ausência de comentários oficiais por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros contrasta com as denúncias de partidos e movimentos sociais, que exigem transparência e o cumprimento dos princípios do direito internacional.