A nova liderança, sob o presidente interino Ahmad al-Sharaa, procura a reconstrução e a normalização internacional, enquanto lida com tensões internas e a contínua presença militar russa e israelita.
O sentimento geral no país é de uma liberdade recém-descoberta.
Segundo a especialista Dorothée Schmid, “a grande maioria dos sírios sente-se livre” e “há muito mais debate”, algo “completamente novo” após décadas de ditadura.
No entanto, esta liberdade contrasta com uma situação económica muito difícil que torna a “vida quotidiana muito difícil”.
O novo governo, liderado por Ahmad al-Sharaa, que emergiu da coligação rebelde que tomou Damasco, adotou um “discurso pacificador” e prometeu eleições no prazo de quatro anos. Esta abordagem tem rendido alguns frutos diplomáticos, como o levantamento de sanções por parte de países como o Canadá e uma “visita histórica” de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU a Damasco para apoiar a soberania do país. Contudo, a estabilidade interna permanece frágil, com episódios de violência sectária envolvendo minorias como os drusos, que serviram de pretexto para incursões militares israelitas.
A relação com a Rússia é igualmente complexa.
Apesar do colapso do seu aliado, Moscovo conseguiu manter as suas bases militares estratégicas em Tartus e Hmeimim, após um acordo com o novo poder, que, por sua vez, conta com a influência russa para estabilizar o país e conter a agressão israelita.













