Apesar da vigência de um cessar-fogo, a violência persiste na Faixa de Gaza, com centenas de palestinianos mortos em incidentes com as forças israelitas. Os confrontos ocorrem frequentemente ao longo da “linha amarela”, a demarcação de controlo militar, e em ataques de retaliação israelitas, sublinhando a precariedade da trégua e a sua incapacidade de proteger a vida civil. Desde que o acordo de cessar-fogo entrou em vigor a 10 de outubro, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, registou a morte de pelo menos 367 palestinianos. Muitos destes incidentes ocorrem ao longo da “linha amarela”, uma fronteira tácita que delimita as áreas controladas por Israel, que correspondem a mais de metade do território. As tropas israelitas abrem fogo quase diariamente contra palestinianos que se aproximam, muitos dos quais são deslocados que desconhecem as novas demarcações e tentam regressar às suas casas ou procurar alimentos.
Num caso documentado, um homem palestiniano foi abatido após cruzar a linha, sendo descrito pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) como uma “ameaça imediata”.
Além destes incidentes fronteiriços, a violência escala com ataques de retaliação.
Um bombardeamento israelita a um campo de refugiados em Khan Yunis resultou na morte de pelo menos cinco pessoas, incluindo duas crianças e duas mulheres.
As FDI afirmaram que o ataque foi uma resposta a uma agressão que feriu cinco dos seus soldados. O Hamas classificou o bombardeamento como um “claro crime de guerra” e uma violação do acordo de cessar-fogo, uma posição ecoada pela China, que pediu um cessar-fogo “efetivo”.
Em resumoO cessar-fogo em Gaza não conseguiu pôr fim ao derramamento de sangue. Centenas de palestinianos foram mortos, seja por se aproximarem de zonas controladas por Israel ou em ataques de retaliação, demonstrando que a trégua atual é insuficiente para garantir a segurança da população civil.