O acesso independente de jornalistas internacionais à Faixa de Gaza continua a ser negado por Israel, suscitando a condenação de associações de imprensa que acusam o Estado de táticas dilatórias. O Supremo Tribunal israelita adiou novamente uma decisão sobre o pedido de acesso, mantendo um bloqueio informativo que dura há mais de dois anos, desde o início da guerra em outubro de 2023. As autoridades israelitas têm impedido sistematicamente a entrada de jornalistas estrangeiros de forma independente no território, permitindo apenas “visitas raras e breves supervisionadas pelos militares”. A Associação de Imprensa Estrangeira (FPA), que representa centenas de meios de comunicação internacionais, apresentou uma petição ao Supremo Tribunal de Israel há mais de um ano para obter acesso imediato a Gaza.
No entanto, o tribunal concedeu repetidamente ao Estado prorrogações para apresentar uma resposta.
A mais recente, a nona extensão, adiou o prazo para 21 de dezembro.
A FPA condenou veementemente este novo adiamento, afirmando num comunicado que “é claro que o objetivo do Estado é atrasar a sua resposta o mais possível”.
A associação argumenta que impedir a cobertura jornalística “a cada minuto, a cada hora, a cada dia - prejudica seriamente a capacidade dos media internacionais de cumprir a sua missão, bem como os direitos fundamentais de milhares de milhões dos seus utilizadores”. Um artigo da Associated Press, cujo conteúdo teve de ser submetido à censura prévia dos militares israelitas, ilustra as condições restritivas sob as quais os poucos jornalistas autorizados a entrar têm de trabalhar.
Em resumoA recusa persistente de Israel em permitir o acesso independente da imprensa a Gaza, aliada a repetidos adiamentos judiciais, é vista por defensores da liberdade de imprensa como uma estratégia deliberada para controlar a narrativa e obstruir o escrutínio internacional sobre o conflito e a crise humanitária no enclave.