As tensões entre o Líbano e o Irão vieram a lume, expondo a profunda influência de Teerão na região e o seu papel no conflito mais vasto com Israel, através do seu apoio ao Hezbollah. A recusa do ministro dos Negócios Estrangeiros libanês em visitar Teerão evidencia as fissuras políticas internas no Líbano e a pressão para se distanciar do eixo iraniano. O chefe da diplomacia libanesa, Abdallah Bou Habib Rajji, recusou um convite do seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, para visitar Teerão, citando "interferência inaceitável" nos assuntos internos do Líbano.
Rajji propôs um encontro num "país terceiro neutro", insistindo que as relações devem basear-se na "não interferência".
Esta posição surge num momento em que o governo libanês está sob "intensa pressão dos Estados Unidos para desarmar o Hezbollah", que integra o "eixo da resistência apoiado e financiado pelo Irão". O Hezbollah envolveu-se em hostilidades com Israel em solidariedade com o Hamas após o início da guerra em Gaza, o que levou a uma forte campanha aérea israelita que enfraqueceu a liderança do grupo. A recusa do Hezbollah em entregar o seu armamento, estimulada por Teerão, cria um impasse perigoso.
A influência iraniana não se limita ao Líbano; o Irão também realizou testes de mísseis no Estreito de Ormuz, demonstrando a sua capacidade militar numa via marítima vital, o que é visto como uma mensagem de força no contexto da instabilidade regional e da sua rivalidade com Israel e os seus aliados.
Em resumoA recusa do Líbano em visitar o Irão, citando interferência, destaca a complexa dinâmica regional onde o Hezbollah, apoiado por Teerão, é um ator central no conflito com Israel. Esta tensão, juntamente com as demonstrações de força militar do Irão, sublinha o papel de Teerão como uma força desestabilizadora e um participante-chave no conflito mais amplo do Médio Oriente.