De acordo com a agência de notícias francesa AFP, os dados mostram uma tendência crescente e preocupante.

Apenas este ano, três cidadãos sauditas foram executados em Meca pelo assassínio de um cidadão sudanês.

A Amnistia Internacional classifica a Arábia Saudita como o terceiro país com mais condenações à morte, a seguir à China e ao Irão.

Uma análise mais detalhada dos números revela que uma grande proporção das execuções está relacionada com delitos de drogas.

Desde janeiro de 2025, 232 pessoas foram executadas por estes crimes, das quais 193 eram cidadãos estrangeiros.

Este facto levanta questões sobre a justiça e a equidade dos processos judiciais, especialmente para os não-nacionais.

O aumento das execuções contrasta com os esforços da Arábia Saudita para projetar uma imagem de modernização e abertura ao mundo, impulsionada por investimentos maciços em infraestruturas para acolher eventos como o campeonato mundial de futebol de 2034. A dependência de mão de obra imigrante para estes projetos coloca em evidência a vulnerabilidade dos trabalhadores estrangeiros no sistema judicial do país. A presença de figuras internacionais como Cristiano Ronaldo na comitiva do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman em visitas oficiais, como a que ocorreu aos Estados Unidos, é vista por críticos como uma tentativa de 'sportswashing', utilizando o desporto para desviar a atenção das graves violações de direitos humanos.