A recente visita do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, à Arábia Saudita culminou num acordo para reforçar a coordenação bilateral em assuntos regionais e globais, com especial destaque para a questão palestiniana.
Durante a reunião em Riade com o seu homólogo saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, e com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, ambas as partes manifestaram a intenção de aprofundar a cooperação em áreas como energia, tecnologia e segurança.
Pequim expressou o seu apoio ao fortalecimento das relações entre a Arábia Saudita e o Irão, um processo que a própria China mediou em 2023, e elogiou o papel de Riade na promoção da estabilidade regional.
Um ponto central da discussão foi o conflito israelo-palestiniano.
Os dois ministros reafirmaram o apoio a uma "solução justa e abrangente" baseada no princípio de dois Estados, nas resoluções da ONU e na Iniciativa de Paz Árabe. Este posicionamento alinha-se com a estratégia chinesa de se apresentar como uma alternativa à diplomacia ocidental na região, defendendo a criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Oriental, dentro das fronteiras de 1967.
A visita de Wang Yi, que incluiu também os Emirados Árabes Unidos e a Jordânia, enquadra-se numa ofensiva diplomática mais ampla.
Em 2024, Pequim já tinha facilitado a reconciliação entre catorze fações palestinianas, incluindo o Hamas e a Fatah.
Ao fortalecer os laços com potências regionais como a Arábia Saudita, a China não só garante os seus interesses energéticos, mas também projeta a sua influência geopolítica, desafiando a tradicional hegemonia dos Estados Unidos no Médio Oriente.












