Segundo documentos entregues a procuradores americanos, Caracas e Teerão criaram uma complexa arquitetura financeira para contornar sanções internacionais impostas ao regime iraniano.

Esta rede utiliza fundos binacionais, empresas de fachada e projetos industriais fictícios para branquear capitais, permitindo ao Irão canalizar cerca de 7,2 mil milhões de euros através da Venezuela.

Parte destes fundos terá sido usada para financiar o programa nuclear iraniano e apoiar aliados armados no Médio Oriente e na América Latina.

A cooperação estende-se à área militar, com o Irão a fornecer à Venezuela tecnologia de drones armados, mísseis antinavio e capacidade para produzir explosivos.

Esta transferência de tecnologia reforça as capacidades militares do regime de Nicolás Maduro e permite a Teerão projetar poder no Hemisfério Ocidental. Existem também alegações sobre a cooperação no controlo de depósitos de urânio na Venezuela, o que representaria uma capacidade potencial relevante para o programa nuclear iraniano. A Venezuela é ainda descrita como uma plataforma operacional para o Hezbollah e o Hamas, facilitando redes de branqueamento de capitais e tráfico ilícito. A administração Trump encara esta relação como uma frente ativa de segurança nacional, justificando a recente apreensão de um petroleiro venezuelano e o reforço da presença militar dos EUA nas Caraíbas como parte de uma ofensiva mais ampla para desmantelar este eixo.