A Força Aérea israelita realizou recentemente ataques no sul e leste do Líbano, incluindo no Vale do Bekaa, um bastião do Hezbollah, visando o que descreveu como “instalações militares do Hezbollah onde estavam armazenadas armas”. Estas ações militares fazem parte de um padrão contínuo que, segundo o Ministério da Saúde libanês, já causou cerca de 340 mortes no Líbano desde o início do cessar-fogo em novembro de 2024. A complexidade da situação é agravada por incidentes envolvendo as forças de paz da ONU. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) denunciou que os seus capacetes azuis foram alvejados por soldados israelitas num tanque Merkava, que dispararam rajadas de metralhadora sobre e perto da sua caravana. A FINUL classificou os ataques como “violações graves” da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, sublinhando que o exército israelita tinha sido previamente informado sobre a localização da patrulha.

O cenário é influenciado pela dinâmica regional, nomeadamente o apoio do Irão ao Hezbollah.

O governo libanês, sob pressão dos EUA para desarmar o grupo, tem demonstrado relutância em alinhar-se com Teerão, com o seu ministro dos Negócios Estrangeiros a recusar um convite para visitar o Irão, propondo antes um encontro num “país terceiro neutro”.

Esta posição diplomática reflete a difícil situação do Líbano, dividido entre a pressão internacional e a influência do poderoso grupo xiita.