Estas iniciativas representam uma resposta institucional ao crescimento de criptomoedas privadas, procurando equilibrar inovação com estabilidade financeira e soberania monetária.
O cenário financeiro digital está a ser moldado por três forças distintas: criptomoedas descentralizadas como o Bitcoin, *stablecoins* privadas e moedas digitais de bancos centrais (CBDC). As *stablecoins*, como o USDT e o USDC, surgiram para mitigar a volatilidade do Bitcoin, indexando o seu valor a ativos estáveis como o dólar.
A sua crescente popularidade para pagamentos levou a um maior escrutínio regulatório, culminando no Regulamento de Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia, que visa criar um quadro legal para estes ativos. Em paralelo, o BCE avança com a fase de investigação para um potencial euro digital.
Este seria uma forma eletrónica de dinheiro público, emitido e garantido pelos bancos centrais da zona euro, funcionando como um complemento seguro e acessível ao dinheiro físico. A principal motivação para o euro digital é reforçar a autonomia monetária da Europa face à proliferação de *stablecoins* privadas, que, segundo especialistas, poderiam ser emitidas por gigantes como Amazon ou Walmart, diminuindo a eficácia da política monetária dos bancos centrais.
A confiança é o elemento diferenciador: no Bitcoin, assenta na tecnologia descentralizada; nas *stablecoins*, nos emissores privados; e no euro digital, no respaldo institucional do BCE.