Esta menção sinaliza uma postura de vigilância por parte do supervisor financeiro face à crescente integração destes ativos no sistema financeiro.

Na sua intervenção perante a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o economista enumerou um conjunto de ameaças à estabilidade económica, onde incluiu os “riscos associados aos criptoativos” ao lado de desafios como conflitos geopolíticos, disrupções no comércio mundial agravadas por tarifas, riscos orçamentais decorrentes do envelhecimento da população e aumento da despesa com a defesa, e a possibilidade de crises financeiras em países emergentes. Ao colocar os criptoativos neste patamar de preocupação, o futuro governador do Banco de Portugal demonstra que o setor será um foco de atenção durante o seu mandato, alinhando-se com a crescente preocupação dos reguladores a nível global sobre o potencial de contágio e instabilidade financeira. A sua análise sublinhou a necessidade de manter a disciplina fiscal para criar “margem de manobra em caso de choques inesperados”. A inclusão dos criptoativos nesta lista de potenciais choques reforça a justificação para a implementação de um quadro regulatório robusto, como o MiCA, que o próprio Álvaro Santos Pereira terá a responsabilidade de supervisionar. A sua postura de cautela indica que a supervisão do setor será pautada pela prudência, com o objetivo de mitigar os perigos que estes novos instrumentos financeiros podem representar para a economia portuguesa e para a estabilidade do sistema financeiro no seu todo.