A iniciativa junta instituições financeiras de peso como o CaixaBank (detentor do BPI), ING, UniCredit, Banca Sella, KBC, Danske Bank, DekaBank, SEB e Raiffeisen Bank International.

O projeto prevê a criação de uma empresa sediada nos Países Baixos, que solicitará uma licença como instituição de dinheiro eletrónico e será supervisionada pelo banco central local.

O objetivo declarado é que esta nova criptomoeda "aspira a consolidar-se como um referente de confiança no ecossistema financeiro europeu".

As ‘stablecoins’ são ativos digitais concebidos para manter um valor constante em relação a uma moeda fiduciária, como o euro, sendo utilizadas em pagamentos digitais e transações internacionais.

Este movimento surge num contexto de crescente digitalização financeira e num cenário geopolítico onde os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, assinaram ordens executivas para incentivar a utilização de criptoativos como forma de impulsionar o crescimento económico.

A iniciativa europeia contrasta com esta abordagem, procurando criar uma alternativa regulada e supervisionada dentro do quadro da União Europeia.

O anúncio ocorre também poucas semanas após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ter alertado para o "risco de liquidez" associado a fundos de ‘stablecoins’ e manifestado preocupação com o risco da "privatização do dinheiro". Lagarde defende que o "dinheiro como um bem público", o que evidencia a tensão entre as iniciativas privadas do setor bancário e os projetos de moedas digitais de bancos centrais, como o euro digital.