Esta valorização recorde reforça a perceção da criptomoeda como um ativo de refúgio em tempos de incerteza económica. A principal criptomoeda do mercado atingiu precisamente 125.689 dólares, superando o seu recorde anterior de agosto, que se situava em torno dos 124.500 dólares.
Diversos analistas associam esta forte tendência de alta a um contexto de desconfiança dos investidores face à paralisação orçamental em curso nos Estados Unidos ('shutdown'). Perante a suspensão de serviços federais e o adiamento da divulgação de dados económicos cruciais, os investidores parecem procurar ativos de refúgio, num movimento que alguns analistas apelidam de 'debasement trade', ou seja, uma aposta na desvalorização do dólar. A instabilidade política em Washington, que ameaça a divulgação de relatórios económicos importantes, como o do emprego, parece estar a complicar as decisões da Reserva Federal dos EUA sobre as taxas de juro, aumentando a volatilidade e o apelo por ativos alternativos. A contribuir para o sentimento positivo está também o desempenho histórico da Bitcoin em outubro, um mês que, em nove dos últimos dez anos, registou subidas, o que lhe valeu a alcunha de “Uptober” entre a comunidade de investidores. Após atingir o pico, o ativo registou uma ligeira correção, estabilizando em torno dos 123.000 a 124.000 dólares, mas mantendo-se em níveis historicamente elevados.
A subida das ações norte-americanas e a renovada entrada de capitais em fundos cotados (ETF) ligados à Bitcoin também foram apontados como fatores que apoiaram esta valorização expressiva.













