Apesar do crescente interesse dos investidores, as instituições financeiras tradicionais mostram-se relutantes em entrar neste setor, enquanto o regulador intensifica os alertas sobre os riscos associados.

Um artigo revela que os maiores bancos a operar em Portugal, como a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o Santander, não têm planos imediatos para oferecer serviços relacionados com criptoativos.

Esta hesitação reflete a incerteza regulatória e os riscos de volatilidade, segurança e conformidade que ainda caracterizam este mercado.

A posição dos bancos é corroborada pela atitude do Banco de Portugal. O novo governador, Álvaro Santos Pereira, no seu discurso de tomada de posse, destacou a importância de “uma atenção especial por parte dos supervisores para os criptoativos devido a potenciais riscos para a estabilidade financeira”.

Esta declaração sinaliza uma continuidade na abordagem prudente do seu antecessor, Mário Centeno, e alinha-se com as múltiplas comunicações do BdP que alertam os consumidores para fraudes e a natureza especulativa destes ativos. A análise da situação sugere que, embora a nova legislação europeia MiCA procure criar um enquadramento para o setor, a banca portuguesa considera que é necessário mais do que a nova lei para avançar.

A falta de um quadro de supervisão consolidado, a par dos riscos reputacionais e operacionais, leva as instituições a adotarem uma estratégia de “esperar para ver”, deixando o caminho aberto para operadores especializados e fintechs, mas mantendo o sistema financeiro tradicional à margem desta classe de ativos emergente.