A iniciativa, lançada pelo Banco Central Europeu (BCE) em 2021, visa responder ao crescimento dos pagamentos eletrónicos privados e ao desenvolvimento de moedas digitais por outras potências mundiais.

Durante a conferência Berlin Global Dialogue, o presidente do banco central francês, François Villeroy de Galhau, afirmou: "Acreditamos que na Europa precisamos desta resposta e somos pioneiros no desenvolvimento do que chamamos euro digital". O seu homólogo alemão, Joachim Nagel, reforçou a ideia, sublinhando que o euro digital é necessário para "evitar uma situação que acabe em algum tipo de turbulência financeira" e que se trata de uma questão de "soberania nacional". A principal preocupação dos líderes europeus é a crescente dependência de sistemas de pagamento privados e não regulamentados, como as 'stablecoins', que podem comprometer a estabilidade financeira.

Além disso, a soberania de dados é um fator crítico, uma vez que "a maioria dos dados financeiros está alojada no estrangeiro, principalmente nos Estados Unidos".

O euro digital funcionaria como uma resposta pública e regulada, permitindo aos cidadãos europeus realizar pagamentos digitais de forma segura através das suas contas bancárias atuais, mas com a garantia de um instrumento emitido pelo banco central. A aceleração do projeto foi defendida pelos chefes de Estado e de Governo da UE, que veem na moeda digital uma forma de a Europa manter a sua independência num ambiente cada vez mais digitalizado.