O objetivo do BCE é complementar o dinheiro físico, e não substituí-lo, garantindo o acesso dos cidadãos a dinheiro do banco central num mundo cada vez mais digitalizado.

Os custos de desenvolvimento estão estimados em 1,3 mil milhões de euros até 2029, com custos operacionais anuais de aproximadamente 320 milhões de euros a partir dessa data, a serem suportados pelo BCE e pelos bancos centrais nacionais. Para os bancos comerciais, o investimento necessário para a adaptação poderá situar-se entre 4 e 5,8 mil milhões de euros ao longo de quatro anos. Contudo, um estudo realizado pela SDA Bocconi em colaboração com a Revolut, que inquiriu mais de 17 mil europeus, sugere que o modelo atual proposto pelo BCE corre o risco de ser “irrelevante” se for demasiado semelhante aos instrumentos de pagamento existentes.

A investigação revelou uma preferência dos cidadãos por modelos alternativos, como o “Dinheiro Digital”, totalmente gerido pelo BCE sem intermediários privados, e o “Euro Token”, baseado numa blockchain pública e integrado no ecossistema de criptomoedas e finanças descentralizadas (DeFi).

Stefano Caselli, Reitor da SDA Bocconi, afirmou que o sucesso do projeto “deve ser construído em torno do valor percebido pelos cidadãos” e que o modelo atual “pode ser melhorado para ser mais relevante para os consumidores”.