Esta perspetiva posiciona as criptomoedas como um complemento a um portfólio de investimento moderno, sem, contudo, as equiparar a ativos estabelecidos como ações ou obrigações. Em forte contraste, outro especialista financeiro manifesta uma profunda desconfiança, afirmando: “Quando estamos a falar de coisas que não têm ativos subjacentes, nomeadamente as criptomoedas, pessoalmente vejo com muita desconfiança.” Este ceticismo é justificado pela dificuldade em compreender os fatores que impulsionam a sua procura e valorização, levantando suspeitas sobre a sua legitimidade e possível uso em atividades ilícitas como a lavagem de dinheiro.
O mesmo interveniente compara o investimento nestes ativos a “um casino”, devido à sua elevada volatilidade e à falta de fundamentos claros.
Esta visão distingue a tecnologia blockchain, quando aplicada a ativos reais (como ações ou imóveis tokenizados), que é vista como uma evolução natural e segura para as transações, das criptomoedas sem lastro.
A desconfiança do setor tradicional parece, assim, centrar-se na ausência de um valor intrínseco ou de um ativo subjacente que justifique as cotações, o que alimenta a perceção de que se trata de um mercado puramente especulativo. Este debate interno reflete a dificuldade da indústria financeira em classificar e integrar uma classe de ativos que desafia os modelos de avaliação tradicionais.










