A ascensão dos criptoativos reflete uma mudança geracional, com os jovens a mostrarem maior apetência para investir em “coisas diferentes, nas criptomoedas”.

Esta tendência é facilitada pela acessibilidade de plataformas digitais, que tornam a subscrição destes produtos mais simples em comparação com os fundos de investimento tradicionais, cuja burocracia é descrita como “de tal forma exigente que é difícil subscrever”.

No entanto, o setor financeiro tradicional mantém uma postura de cautela.

Um representante da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) expressa “muita desconfiança” em relação a criptomoedas sem ativos subjacentes, comparando-as a um “casino” e levantando preocupações sobre a sua utilização para lavagem de dinheiro.

Esta visão contrasta com a tecnologia blockchain associada a ativos reais (como ações ou imobiliário tokenizados), que é vista como uma evolução natural e segura.

A CEO da Caixa Gestão de Ativos, Helena Garrido, reconhece que “os criptoativos têm lugar nas carteiras, mas não como concorrentes das classes tradicionais”, sugerindo um papel de diversificação.

Para esta gestora, a chave para captar a nova geração de investidores reside na combinação de “tecnologia, educação e confiança”.

No panorama geral, os ativos digitais são considerados uma alternativa à “trilogia clássica de investimento — ações, obrigações e imobiliário”, embora ainda representem uma fatia residual do património gerido em Portugal.