Em resposta, autoridades como a espanhola CNMV estão a tomar medidas sancionatórias, enquanto especialistas alertam para a necessidade de supervisão de um "shadow banking" digital. O ecossistema financeiro enfrenta um duplo desafio relacionado com os criptoativos: a proliferação de crimes diretos e a emergência de riscos sistémicos por falta de regulação. Por um lado, os consumidores são alvo de esquemas cada vez mais sofisticados, como “falsos investimentos em criptomoedas”, que exploram a confiança através de técnicas de manipulação. Um exemplo concreto da resposta regulatória ocorreu em Espanha, onde a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) multou a Twitter International em cinco milhões de euros por uma “infração continuada muito grave”. A sanção deveu-se à permissão de anúncios fraudulentos de uma entidade chamada Quantum AI, que usurpava a identidade de figuras públicas, incluindo o Rei Felipe VI, para promover investimentos em criptomoedas.

Por outro lado, existe uma preocupação crescente com as atividades que operam fora do perímetro regulatório tradicional.

Miguel Maya, CEO do BCP, alertou para a necessidade de os supervisores atuarem sobre o “shadow banking” e as “atividades nos pagamentos, através da utilização de criptomoedas digitais”.

Segundo o banqueiro, estas entidades não supervisionadas representam não só uma questão de concorrência desleal para a banca tradicional, mas também um risco acrescido para a resiliência do sistema financeiro, podendo contaminá-lo. Este cenário evidencia a urgência de um enquadramento regulatório robusto e de uma fiscalização eficaz para proteger tanto os consumidores como a estabilidade financeira global.