Esta estratégia reflete uma tentativa de inovar nos meios de pagamento, minimizando os riscos associados às criptomoedas descentralizadas. O Bankinter exemplifica esta tendência ao criar uma nova Direção Geral de Consumo, Pagamentos e Novos Negócios, cuja missão inclui o desenvolvimento de “novos métodos de pagamento, incluindo projetos ligados ao euro digital, stablecoins e outros instrumentos de pagamento emergentes”. O objetivo é competir com a “nova geração de intervenientes no ecossistema de pagamentos digitais”, combinando a solidez de um banco tradicional com a agilidade dos modelos digitais. A distinção entre os diferentes tipos de criptoativos é um ponto central nesta abordagem.

A CEO do Bankinter já tinha salientado que o banco analisa as stablecoins por estarem “respaldadas por ativos reais”, mas mantém-se à margem das restantes criptomoedas. Esta visão é partilhada por outros intervenientes, como o CEO do Bison Bank, António Henriques, que concorda que stablecoins e criptomoedas como a Bitcoin “são ativos diferentes que pretendem atingir objetivos e resolver problemas diferentes”. O seu banco, embora planeie ser um criptobanco, oferece acesso tanto a criptomoedas não colateralizadas como a stablecoins reguladas, como USDC e EURC, para responder às diferentes procuras do mercado.

Esta postura seletiva da banca tradicional indica um reconhecimento do potencial dos ativos digitais, mas com uma clara preferência por caminhos que se alinhem com os quadros regulatórios e a estabilidade financeira.