Ambas as iniciativas são impulsionadas pelo novo Regulamento dos Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia, que estabelece um enquadramento legal claro para a integração de serviços de ativos digitais na banca tradicional.

A Deblock, uma fintech fundada por antigos executivos da Revolut e da Ledger, anunciou o seu plano para criar "o primeiro banco totalmente on-chain em Portugal" até 2026.

A empresa, que recentemente angariou 30 milhões de euros numa ronda de financiamento Série A, propõe um modelo em que as operações bancárias ocorrem diretamente na blockchain, prometendo maior transparência e eficiência. A sua plataforma já integra uma conta em euros com uma carteira de criptomoedas de autocustódia (non-custodial) e a empresa detém uma licença de Entidade de Dinheiro Eletrónico, tendo sido a primeira a obter uma licença MiCA junto da autoridade francesa (AMF).

Por seu lado, o Bison Bank, antigo Banif Banco de Investimento, pretende incorporar a sua subsidiária Bison Digital Assets para se afirmar como o "primeiro criptobanco em Portugal".

Esta fusão estratégica depende da transposição da legislação MiCA para o ordenamento jurídico português. O CEO do Bison Bank, António Henriques, sublinhou a urgência deste processo, afirmando que "é crucial que a implementação em Portugal da legislação decorrente do MiCA ocorra agora de forma célere, para que o país não fique ainda mais para trás na corrida neste mercado inovador". O Bison Bank posiciona-se como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o ecossistema cripto, numa altura em que a maioria dos bancos portugueses ainda demonstra resistência a estes ativos.