Esta iniciativa estratégica visa transformar o modelo de negócio da empresa e posicioná-la como um ator relevante na inovação dos pagamentos digitais, desafiando as redes tradicionais. A entrada da Klarna no universo dos criptoativos representa uma mudança estratégica para a 'fintech', que historicamente tem enfrentado prejuízos com o seu modelo de negócio. O lançamento da KlarnaUSD, uma 'stablecoin' indexada ao dólar americano, visa diretamente um dos maiores pontos de fricção no comércio global: os custos de transação.
A empresa estima que as transações internacionais geram anualmente cerca de 120 mil milhões de dólares em taxas, um valor que as 'stablecoins' podem reduzir drasticamente. Este movimento insere-se num contexto de rápida expansão, com a McKinsey a projetar que as transações com 'stablecoins' já ultrapassam os 27 biliões de dólares anuais e poderão superar as redes de pagamento tradicionais antes do final da década.
A escolha da infraestrutura tecnológica é igualmente notável.
A Klarna torna-se o primeiro banco a lançar uma 'stablecoin' na Tempo, uma nova blockchain desenvolvida pela Stripe e pela Paradigm, concebida especificamente para pagamentos.
A KlarnaUSD será construída na plataforma Open Issuance da Bridge, uma empresa da Stripe, o que aprofunda a parceria já existente entre as duas gigantes da tecnologia financeira. O CEO e cofundador da Klarna, Sebastian Siemiatkowski, sublinhou a maturidade da tecnologia, afirmando que “as criptomoedas finalmente chegaram a um ponto em que são rápidas, de baixo custo, seguras e escaláveis”. Com uma base de 114 milhões de clientes e um volume bruto de mercadorias de 112 mil milhões de dólares, Siemiatkowski acredita que a Klarna tem a escala necessária para “desafiar as redes tradicionais e tornar os pagamentos mais rápidos e baratos para todos”. Atualmente em fase de testes e com lançamento previsto para 2026, esta iniciativa não só representa uma nova fonte de receita para a Klarna, mas também um passo importante para a legitimação das 'stablecoins' como uma ferramenta viável para o comércio global, alinhando-se com a perceção de que estes ativos estão a liderar a inovação financeira.














