A Comissão Europeia adotou um novo pacote legislativo que transfere a supervisão direta de infraestruturas de mercado significativas, incluindo todos os prestadores de serviços de criptoativos (CASP), para a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA). Esta iniciativa visa eliminar barreiras no mercado único de serviços financeiros, reduzir a fragmentação e criar um quadro de supervisão mais integrado e eficaz a nível europeu. O "Pacote de Integração e Supervisão dos Mercados Financeiros" é uma componente central da estratégia da União de Poupança e Investimento (UPI), que procura construir um sistema financeiro mais competitivo. A Comissária para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, defendeu que a integração do mercado "não é um exercício técnico — é um imperativo político para a prosperidade e a relevância global da Europa".
A medida responde à fragmentação dos mercados financeiros da UE, que, segundo a Comissão, continuam a ser "significativamente fragmentados, pequenos e pouco competitivos".
Ao centralizar a supervisão na ESMA, Bruxelas pretende resolver inconsistências decorrentes de abordagens nacionais distintas, tornando a regulação mais propícia a atividades transfronteiriças.
A legislação nacional que transpõe o regulamento MiCA em Portugal, ao definir os papéis do Banco de Portugal e da CMVM, atua no âmbito deste novo quadro europeu, implementando as diretrizes que emanam da supervisão centralizada.
Em resumoCom o objetivo de fortalecer o mercado único de capitais, a UE transferiu a supervisão direta dos prestadores de serviços de criptoativos para a ESMA, uma medida que visa reduzir a fragmentação regulatória e aumentar a competitividade do setor financeiro europeu.