Estas tendências sinalizam uma profunda transformação na forma como os ativos são transacionados e geridos.
Por um lado, a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, identifica as “stablecoins e a tokenização” como “sinais claros de um sistema financeiro em rápida evolução”, que servem de “ponte entre finanças tradicionais e finanças digitais”. A visão da empresa para 2026 destaca a crescente procura por produtos como os ETFs de Bitcoin, lançados nos EUA e na Europa, e sugere que “uma alocação moderada, na ordem de 1% a 2% em Bitcoin, pode ser razoável para certos perfis de investidores mais institucionais”. Esta perspetiva demonstra uma validação significativa do mercado de criptoativos por parte de um dos mais influentes atores financeiros globais.
Por outro lado, as autoridades monetárias estão a desenvolver as suas próprias soluções.
O Banco Central Europeu está a avançar com o projeto do Euro Digital, uma das suas principais prioridades políticas.
O BCE está ativamente a contratar especialistas, engenheiros e gestores para a implementação desta moeda digital, que deverá estar operacional em 2027, com um custo de implementação estimado em 1,3 mil milhões de euros.
A menção da BlackRock a “dólares digitais a coexistirem com canais tradicionais” encontra um paralelo direto no projeto do Euro Digital, evidenciando que tanto o setor privado como o público estão a investir massivamente num futuro financeiro digitalizado, embora com abordagens distintas – uma baseada em ativos descentralizados e outra numa infraestrutura centralizada.













