Aumento das Rendas e Inacessibilidade da Habitação Atingem Níveis Críticos

A escalada dos preços no mercado de arrendamento em Portugal atingiu um ponto crítico em 2024, com as rendas a evidenciarem uma subida acentuada que agrava a crise da habitação. A renda mediana dos novos contratos de arrendamento aumentou 10,5% em relação ao ano anterior, fixando-se em 7,97 euros por metro quadrado (euro/m²), segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta tendência é particularmente severa nas áreas metropolitanas, onde a pressão imobiliária é mais intensa. A Grande Lisboa destaca-se como a sub-região mais cara do país, com uma renda mediana de 13,06 euro/m², um valor significativamente acima da média nacional. Dentro desta área, o município de Lisboa regista o valor mais elevado, atingindo 15,93 euro/m², seguido de perto por Cascais (15,31 euro/m²) e Oeiras (13,80 euro/m²). Esta realidade coloca a capital portuguesa numa posição de destaque a nível europeu pela negativa. Um relatório do Deutsche Bank Research Institute, analisado pela Euronews Business, concluiu que Lisboa é uma das cidades onde o salário líquido médio é insuficiente para cobrir a renda de um apartamento T1 no centro, com o rácio entre renda e salário a atingir os 116%. Esta situação resulta num saldo negativo de 202 euros para um trabalhador médio, tornando Lisboa a única cidade europeia analisada onde o salário não cobre o custo do arrendamento. A crise de acessibilidade é, assim, uma realidade incontornável, com 42 municípios a apresentarem rendas superiores à referência nacional, concentrando a pressão sobre as famílias que vivem e trabalham nos grandes centros urbanos.

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Em resumo

O aumento generalizado das rendas, especialmente em Lisboa, ultrapassou a capacidade financeira do cidadão comum, criando uma crise de acessibilidade sem precedentes que os dados estatísticos nacionais e internacionais confirmam, exigindo respostas políticas urgentes.

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