Oeiras Lidera Rendimentos no País, Evidenciando Desigualdades Territoriais

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre os rendimentos ao nível local em 2023 confirmam Oeiras como o município com o valor mediano de rendimento líquido por pessoa mais elevado de Portugal, atingindo os 15.862 euros anuais. Este valor representa um aumento de 672 euros face a 2022 e situa-se consideravelmente acima da média nacional de 11.446 euros. O 'top cinco' dos municípios mais ricos não sofreu alterações, com Lisboa (14.282 euros), Alcochete (13.654 euros), Cascais (13.406 euros) e Coimbra (13.241 euros) a seguirem Oeiras. Em contraste, as sub-regiões do Alto Tâmega e Barroso (9.449 euros) e do Tâmega e Sousa (9.819 euros) apresentaram os rendimentos medianos mais baixos do país. Estes números sublinham as profundas assimetrias territoriais que marcam Portugal. Enquanto todos os municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal registam valores acima da média nacional, os concelhos com rendimentos inferiores a 10.000 euros concentram-se maioritariamente no interior da região Norte. A análise do INE revela ainda que, com a exceção de Odemira, o rendimento mediano aumentou em todos os municípios. No entanto, a disparidade entre os rendimentos nos grandes centros urbanos do litoral e o resto do país continua a ser um fator crucial na crise da habitação, uma vez que a pressão sobre os preços imobiliários é mais intensa precisamente onde os salários são mais altos, tornando o acesso à habitação uma miragem para quem aufere rendimentos próximos ou abaixo da média nacional, mesmo nessas zonas mais ricas.

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Em resumo

A liderança de Oeiras no ranking de rendimentos evidencia a concentração de riqueza no litoral e as profundas desigualdades territoriais do país. Esta disparidade de rendimentos é um fator central na crise da habitação, dificultando o acesso à moradia mesmo nas zonas mais prósperas para quem não pertence aos escalões mais elevados.