Os dados indicam que o custo do alojamento estudantil nunca foi tão elevado. Lisboa destaca-se como a cidade mais cara do país, com um preço médio de 500 euros por mês, embora existam relatos de quartos a atingir os 700 euros. Em contraste, a Guarda surge como o município mais acessível, com uma oferta média a rondar os 180 euros. A pressão sobre os preços não é um fenómeno isolado, refletindo a crise habitacional que afeta todo o país, mas com um impacto particularmente severo na população estudantil, que possui menor poder de compra. As consequências desta tendência já são visíveis: nos últimos seis anos, a Universidade do Porto registou uma quebra de 17% no número de estudantes deslocados, um sinal de que o custo da habitação está a funcionar como um fator de exclusão no acesso à educação superior. A dificuldade em encontrar alojamento a preços comportáveis força muitos jovens a repensar as suas escolhas académicas, optando por instituições mais próximas de casa em detrimento das suas preferências ou da qualidade do ensino, o que levanta sérias questões sobre a equidade no sistema educativo nacional.
