Segundo dados do Banco de Portugal, o volume total de crédito à habitação atingiu os 106,3 mil milhões de euros, um aumento de 1.525 milhões face a maio. O total de empréstimos a particulares, incluindo consumo e outros fins, subiu 7,4% num ano, a taxa mais elevada também desde 2008. Este dinamismo é impulsionado por vários fatores, incluindo a isenção de IMT e Imposto do Selo para jovens até 35 anos e a garantia pública, que permite financiar até 100% do valor do imóvel. A concorrência entre os bancos também tem contribuído, com os ‘spreads’ a atingirem mínimos históricos. A taxa mista é a modalidade preferida, presente em mais de 80% dos novos contratos, e a Euribor a 12 meses é o indexante mais utilizado. No entanto, este aumento da procura e do financiamento ocorre num contexto de desaceleração dos depósitos de particulares, que registaram o oitavo mês consecutivo de perda de ritmo. A situação revela um mercado com forte procura financiada, o que, por um lado, permite o acesso à habitação, mas, por outro, contribui para a pressão sobre os preços e levanta questões sobre a sustentabilidade do endividamento das famílias a longo prazo.
