O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, tem sido uma das vozes mais ativas, desafiando o Governo a "sair dos seus gabinetes" e a encontrar soluções no terreno. Numa visita a uma empresa de construção modular em Braga, Carneiro defendeu que esta tecnologia permitiria colocar no mercado duas mil casas num ano e até 80 mil em quatro anos, com custos controlados a rondar os 90 a 100 mil euros por habitação. O líder socialista propõe o lançamento de um programa nacional de construção a custos controlados e o desbloqueio das Estratégias Locais de Habitação, que acusa de estarem paradas no IHRU. Por outro lado, o candidato presidencial apoiado pelo PCP, António Filipe, argumentou que o Presidente da República "tem a obrigação de ser uma voz de influência" junto do Governo para que se implemente uma política de habitação que resolva os problemas das pessoas, sublinhando que o mercado, por si só, não dará essa resposta. A centralidade do tema é também visível nas eleições autárquicas, com a Iniciativa Liberal na Maia a eleger a "melhor habitação" como um dos seus três pilares de campanha. Este enfoque generalizado demonstra que a habitação é hoje uma das principais preocupações dos cidadãos e um teste decisivo para a capacidade de resposta dos diferentes agentes políticos.
