Nuno Portas, falecido aos 90 anos, foi uma figura central no urbanismo português, especialmente após o 25 de Abril de 1974, quando, como secretário de Estado da Habitação, liderou a criação do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL). Este programa inovador visava erradicar as barracas e promover habitação digna para os mais desfavorecidos, envolvendo as comunidades locais no processo de projeto e construção. A sua morte motivou vários artigos de opinião e notícias que recordam a sua visão da habitação como um direito fundamental e um pilar da coesão social. O seu percurso é agora recordado como um contraponto à atual crise, onde predominam as lógicas de mercado. Artigos de opinião defendem que "Portugal precisa da lucidez de Nuno Portas para atacar a deriva das cidades e a crise da habitação", sublinhando a sua preocupação constante com as desigualdades e a necessidade de uma intervenção pública forte e planeada no ordenamento do território. O seu legado reaviva o debate sobre a responsabilidade do Estado na garantia de habitação para todos, num momento em que as soluções para a crise parecem escassas e o acesso a uma casa condigna é um dos maiores desafios para os portugueses.
