Preços das Casas e Rendas Continuam a Subir num Mercado Sobreaquecido

O mercado imobiliário português manteve a tendência de forte valorização em julho de 2025, agravando a crise de acessibilidade. Segundo o barómetro do portal Imovirtual, o preço médio de venda de uma casa atingiu os 420.000 euros, um aumento de 15% em termos homólogos, enquanto o valor médio das rendas se fixou nos 1.350 euros, uma subida de 4% face ao mês anterior. Lisboa continua a ser o distrito mais caro, com preços médios de 635.000 euros para compra e 1.700 euros para arrendamento. Este cenário de sobreaquecimento é corroborado pelos resultados recorde das maiores redes imobiliárias a operar no país, que viram a sua faturação com comissões disparar cerca de 30% no primeiro semestre. A CEO da Remax Portugal, Beatriz Rubio, descreve o mercado como “muito dinâmico, registando-se um aumento dos preços, (...) com uma procura intensa para uma oferta ainda relativamente escassa”. Esta escassez de oferta é apontada por todos os especialistas como o principal motor da escalada de preços. A faturação da ERA Portugal, por exemplo, atingiu 59,5 milhões de euros em comissões, o melhor registo semestral desde 1998. Os líderes do setor são unânimes em prever que os preços continuarão a subir até ao final do ano, enquanto a oferta não aumentar substancialmente para responder à forte procura, que é agora também impulsionada por novos apoios como a garantia pública para jovens.

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Em resumo

A contínua subida dos preços de venda e arrendamento, alimentada por uma oferta insuficiente e uma procura robusta, consolida a crise da habitação em Portugal. Este cenário, que gera lucros históricos para as mediadoras imobiliárias, torna o acesso a uma casa cada vez mais difícil para a maioria da população.