Esta medida, que facilita o financiamento a 100% na compra da primeira casa, já consumiu uma parte significativa da verba total e coloca os bancos perante uma procura sem precedentes.
Nos primeiros meses de implementação, a garantia pública para jovens até 35 anos demonstrou ser um instrumento crucial para o acesso à habitação, com mais de 10.700 contratos celebrados e um valor total de 2,1 mil milhões de euros em empréstimos concedidos até junho. Estes números revelam que mais de um terço dos créditos à habitação contratados por jovens beneficiaram deste apoio estatal, que cobre até 15% do valor da transação, eliminando a necessidade de uma entrada inicial. A procura tem sido tão elevada que, em apenas sete meses, já foram utilizados cerca de 250 milhões de euros, o equivalente a 25% da dotação total de mil milhões de euros, levantando questões sobre a suficiência da verba até ao final do programa em 2026. Bancos como a Caixa Geral de Depósitos já utilizaram 46% da sua quota, enquanto o BPI, que já usou cerca de 62% da sua dotação, admite pedir um reforço ao Governo.
O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, afirmou que a evolução "está a ser muito rápida" e que, com as operações em curso, espera "chegar muito perto do limite nos próximos meses, portanto cerca de 90%". O perfil dos jovens que recorrem a este apoio revela que a maioria tem entre 25 e 35 anos, contrato de trabalho permanente e rendimentos a partir de 2.000 euros mensais.