Enquanto novos projetos residenciais e para estudantes avançam, especialistas alertam que o ritmo é insuficiente para satisfazer as necessidades do país.
A discussão sobre a crise da habitação em Portugal aponta cada vez mais para a necessidade de aumentar a oferta, mas o setor da construção enfrenta constrangimentos significativos.
Segundo Paulo Macedo, o país perdeu capacidade instalada nas últimas duas décadas, o que torna difícil equilibrar a oferta com a procura crescente.
Esta perspetiva é corroborada por outro artigo que aponta para um défice de cerca de 80 mil habitações, um número muito superior às 33 mil casas que o Governo pretende acrescentar às 26 mil já em construção até ao final da década.
Apesar deste cenário, surgem novos projetos que visam mitigar o problema.
Em Maia, foi lançado o empreendimento residencial PLENO, com 110 apartamentos na primeira fase, focado em famílias.
No segmento da habitação para estudantes, uma das áreas mais críticas, a empresa Cari Construtores, de Guimarães, está a construir três novas residências universitárias em Lisboa, num investimento de 40 milhões de euros, que adicionarão um total de 786 quartos à oferta da capital. Embora estes projetos representem um contributo positivo, a sua escala é limitada face à dimensão do problema, reforçando a ideia de que a resolução da crise habitacional exige uma estratégia de longo prazo para reconstruir a capacidade produtiva do setor da construção.