A medida, que visa facilitar a compra da primeira casa, suscita, no entanto, um debate sobre o seu potencial impacto inflacionário no mercado imobiliário.
O Santander Totta, o banco com a maior quota neste programa, recebeu mais de 9.100 pedidos, correspondentes a cerca de 1.700 milhões de euros, um valor que já ultrapassa a sua quota de garantias atribuída pelo Estado.
O presidente executivo do banco, Pedro Castro e Almeida, reconheceu o dilema da medida, descrevendo-a como um "lençol curto".
Por um lado, permite o acesso à habitação a "uma franja de clientes jovens que não teria oportunidade de comprar casa", mas, por outro, ao aumentar a procura, pode contribuir para a subida dos preços. "Mas se os preços das casas continuarem a aumentar, daqui a pouco há que tomar mais medidas, porque há outros jovens, os atuais, que também não conseguem comprar", acrescentou.
O impacto da medida é visível na produção de crédito: no Santander Totta, a concessão de crédito à habitação a clientes com até 35 anos cresceu 15 pontos percentuais, representando agora 45% do total. O sucesso do programa evidencia o desequilíbrio entre a oferta e a procura no mercado habitacional, um problema que, segundo Castro e Almeida, não é exclusivo de Portugal, mas que exige uma execução "crítica" do plano de desburocratização do Governo para aumentar a oferta.