No entanto, esta medida tem sido alvo de críticas por parte dos próprios banqueiros, que alertam para o seu potencial impacto inflacionário. A principal preocupação é que, ao facilitar o acesso ao crédito, a garantia aumenta a procura num mercado já caracterizado por uma oferta insuficiente, o que contribui para a subida dos preços. Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Totta, reconheceu que a medida permite a compra de habitação a "uma franja de clientes jovens que não teria oportunidade de comprar casa", mas alertou que "se os preços das casas continuarem a aumentar, daqui a pouco há que tomar mais medidas, porque há outros jovens, os atuais, que também não conseguem comprar".

A medida parece, assim, ter um efeito duplo: por um lado, constitui uma ajuda direta e eficaz para milhares de jovens, mas, por outro, arrisca-se a agravar o problema estrutural da crise habitacional em Portugal.