Outros concelhos da AML enfrentam igualmente uma pressão significativa, como Sintra, com cerca de 4.000 pedidos, e Setúbal, com 1.963. A dimensão humana do problema é vasta, com os pedidos a representarem dezenas de milhares de pessoas, muitas das quais com rendimentos per capita extremamente baixos, como no Barreiro, onde a média é de 325 euros.
Perante este cenário, as autarquias têm procurado dar resposta, embora reconheçam que as suas capacidades são insuficientes para a escala do problema.
Em Lisboa, o executivo de Carlos Moedas entregou cerca de 3.000 habitações durante o mandato. Outros municípios, como Sintra, Oeiras e Cascais, também têm projetos de construção e reabilitação em curso, muitos deles apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A Câmara de Lisboa, por exemplo, entregou recentemente 50 casas com renda acessível em Marvila, num investimento de 9,3 milhões de euros comparticipado pelo PRR. No entanto, a maioria das autarquias da AML é unânime em afirmar que a solução para a crise habitacional transcende a escala local e exige uma intervenção nacional coordenada, apelando à criação de um Plano de Emergência Nacional para a Habitação.