Lucros da banca mantêm-se robustos impulsionados pelo crédito à habitação
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal — Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI — registaram lucros agregados de 2.609 milhões de euros no primeiro semestre de 2025, um valor praticamente em linha com o período homólogo (-0,4%). Esta estabilidade nos resultados ocorre num contexto desafiador, marcado pela descida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), que pressionou a margem financeira dos bancos, ou seja, a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os pagos nos depósitos. A margem financeira agregada destes bancos recuou 7,31%, representando menos 349 milhões de euros em receitas de juros.
O que amparou os resultados foi o forte crescimento do volume de negócio, em particular no crédito à habitação. A carteira de crédito total superou os 200 mil milhões de euros, um crescimento de 6% impulsionado pelo dinamismo no financiamento para a compra de casa. A medida da garantia pública para jovens foi um fator crucial neste aumento, estimulando a procura e permitindo que a carteira de crédito à habitação dos bancos crescesse quase 8% em termos anuais, para 97,5 mil milhões de euros.
Como admitiu o presidente da Caixa, Paulo Macedo, "se não financiássemos tanto os resultados não seriam tão elevados".
Assim, apesar da contração das margens, o aumento do volume de crédito permitiu à banca manter um nível de lucros elevado, demonstrando a forte interligação entre o desempenho do setor financeiro e a dinâmica do mercado imobiliário em Portugal.
Em resumoApesar da queda da margem financeira devido à descida dos juros, os principais bancos portugueses mantiveram lucros robustos de 2,6 mil milhões de euros no primeiro semestre. Este resultado foi sustentado por um aumento significativo do volume de crédito, impulsionado em grande parte pela forte procura de crédito à habitação, que foi estimulada pela garantia pública para jovens.
Artigos
5