Os banqueiros apontam para um desequilíbrio profundo entre uma procura robusta e uma oferta de habitação cronicamente insuficiente como o principal motor desta crise.
De acordo com os líderes bancários, algumas medidas governamentais, embora bem-intencionadas, acabaram por agravar o problema.
A garantia pública para o crédito à habitação para jovens, por exemplo, é citada como uma política que, ao facilitar o acesso ao crédito, injeta mais poder de compra no mercado sem que haja um aumento correspondente no número de casas disponíveis, o que inevitavelmente pressiona os preços para cima. Esta dinâmica cria um ciclo vicioso: o apoio destinado a ajudar os jovens a comprar casa acaba por contribuir para a inflação dos preços que torna essa mesma compra mais difícil.
A análise do setor financeiro é que, sem uma aposta séria e urgente no aumento da oferta de habitação, através da simplificação dos processos de licenciamento e da promoção de nova construção, qualquer medida focada apenas no lado da procura terá um efeito limitado e potencialmente contraproducente.
A situação atual é vista como um risco não só para a estabilidade social, mas também para a própria estabilidade financeira, uma vez que o endividamento das famílias para a compra de casa atinge níveis preocupantes.