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Economia August 3, 2025

Garantia pública para crédito jovem regista procura massiva e esgota quotas bancárias

O programa governamental que oferece uma garantia pública para facilitar a compra da primeira casa por jovens até aos 35 anos está a ser um sucesso em termos de adesão, com uma procura que excede largamente as expectativas iniciais.

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Bancos como o Santander Totta reportaram ter recebido mais de 9.100 pedidos, correspondendo a propostas de crédito no valor de 1,7 mil milhões de euros, e já utilizaram cerca de 30% da sua quota de garantia alocada pelo Estado. A medida permite que o Estado atue como fiador em até 15% do valor de aquisição do imóvel, eliminando a barreira da necessidade de uma entrada avultada, um dos maiores obstáculos para os jovens compradores.

O sucesso do programa evidencia a forte procura reprimida por habitação própria neste segmento da população.

No entanto, a iniciativa não está isenta de críticas.

Líderes do setor bancário alertaram que, ao estimular a procura sem um aumento correspondente da oferta de imóveis, a medida pode estar a contribuir para a contínua subida dos preços das casas, tornando o mercado ainda mais inacessível.

O programa revela, assim, uma tensão central na política de habitação: por um lado, consegue dar uma resposta eficaz e imediata à dificuldade de acesso ao crédito por parte dos jovens; por outro, arrisca-se a alimentar a espiral inflacionista que pretendia combater. A elevada adesão já levanta a questão sobre a necessidade de o Governo alargar o 'plafond' do programa para continuar a dar resposta aos milhares de jovens que procuram adquirir a sua primeira habitação.

ai briefingEm resumo
A garantia pública para o crédito jovem é uma política de sucesso na remoção de barreiras ao financiamento, mas o seu impacto no aumento da procura realça a urgência de medidas complementares que estimulem a oferta de habitação para evitar uma maior inflação dos preços.

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