Os presidentes dos maiores bancos a operar no país, incluindo Santander, BPI e Caixa Geral de Depósitos, manifestaram publicamente a sua preocupação, afirmando unanimemente que os preços das casas não deverão descer no curto prazo.
O presidente do Santander, Pedro Castro e Almeida, classificou a situação como "muito pior" e a "ficar insustentável".
O consenso no setor financeiro aponta para a "falta de oferta" como o principal problema estrutural. João Pedro Oliveira e Costa, presidente do BPI, sublinhou que "o problema reside na falta de oferta", acrescentando que os recentes incentivos governamentais aos jovens, como a garantia pública e a isenção de IMT, podem ter o efeito perverso de aumentar ainda mais a procura sem uma resposta correspondente do lado da oferta.
A gravidade da situação é corroborada por dados internacionais.
Um estudo do Euronews Business revelou que Lisboa é uma das cidades europeias onde viver é "quase impossível", apresentando um rácio de renda/salário de 116%. Isto significa que o salário médio líquido de um trabalhador não é suficiente para cobrir o custo de arrendamento de um apartamento de um quarto no centro da cidade. Este alerta vindo do setor financeiro, combinado com dados comparativos europeus, evidencia a urgência de políticas focadas no aumento da oferta para evitar um colapso social e económico.