Esta iniciativa representa um passo concreto, embora de escala limitada, para responder à crescente procura por habitação a preços comportáveis na capital.
O investimento totalizou 9,3 milhões de euros e insere-se nas várias medidas governamentais que visam mitigar a crise habitacional.
A entrega destas habitações demonstra a aplicação de fundos europeus, como os do PRR, em projetos com impacto social direto, focados em aumentar o parque habitacional público e acessível.
A medida complementa outros programas, como o Programa de Apoio ao Arrendamento e os programas municipais de arrendamento a preços acessíveis. As habitações que integram estes programas, tal como as de custos controlados, são uma das principais ferramentas do Estado para intervir no mercado.
No entanto, a escala destas intervenções continua a ser um desafio.
Enquanto a entrega de 50 unidades é um desenvolvimento positivo para as famílias beneficiadas, especialistas e agentes do setor imobiliário alertam que a dimensão do problema exige uma resposta muito mais vasta e contínua. A socióloga Sandra Marques Pereira, por exemplo, defende que a habitação deve ser tratada como uma "prioridade nacional", alertando que, sem um esforço concertado e de grande escala, a proliferação de construções precárias irá continuar. Assim, embora a conclusão deste projeto em Lisboa seja um marco, evidencia também a necessidade de acelerar e massificar a construção e reabilitação de habitação pública para arrendamento acessível em todo o país.