No entanto, a medida gera debate, com banqueiros a alertar que, sem um aumento da oferta, poderá apenas inflacionar ainda mais os preços.
Segundo dados do Banco de Portugal, entre janeiro e junho de 2025, foram celebrados 10,7 mil contratos ao abrigo desta garantia, totalizando um montante de 2,1 mil milhões de euros. Este volume correspondeu a 37,4% do número de contratos e a 39,8% do montante total de crédito para aquisição de habitação própria e permanente. O Estado já atribuiu 280 milhões de euros em garantias, o que equivale a 25,9% da verba total alocada para este fim.
A medida, que permite aos bancos financiar até 100% do valor do imóvel, visa facilitar o acesso dos jovens à compra de casa, eliminando a necessidade de uma entrada inicial. Contudo, líderes da banca, como João Pedro Oliveira e Costa do BPI, alertaram que estes estímulos à procura, juntamente com a isenção de IMT, podem agravar a crise. O presidente do BPI afirmou que "os estímulos dados aos jovens fizeram com que a procura aumentasse", sem que houvesse um aumento correspondente na oferta de casas.
Esta dinâmica, segundo os banqueiros, arrisca-se a pressionar ainda mais os preços, tornando o acesso à habitação ainda mais difícil a médio prazo, apesar das boas intenções da medida.