No entanto, uma análise crítica argumenta que esta política populista ignora os princípios económicos e a experiência internacional.
Cidades como Nova Iorque, Berlim, Estocolmo e Barcelona são apresentadas como exemplos onde o controlo de rendas levou à redução da oferta de imóveis para arrendamento, à degradação da qualidade do parque habitacional e ao surgimento de mercados informais.
Em Berlim, por exemplo, a medida foi declarada inconstitucional e resultou num recuo abrupto na construção e reabilitação.
Os opositores desta política defendem que a fixação administrativa de preços desincentiva o investimento privado, essencial para aumentar a oferta. Quando o retorno é artificialmente limitado, o capital procura outros mercados, e os senhorios, sem capacidade para refletir os custos de manutenção na renda, deixam os imóveis degradar-se.
A solução, segundo esta perspetiva, não passa por decretar preços, mas por criar condições para que o mercado funcione, através da simplificação de licenciamentos, incentivos fiscais ao arrendamento acessível e mobilização do património do Estado. A economista Vera Gouveia Barros também aponta que a maioria das medidas propostas nos programas eleitorais resulta de um "profundo desconhecimento do mercado da habitação", sugerindo que soluções simplistas podem agravar os problemas que pretendem resolver.