Em resposta, o setor da construção procura soluções inovadoras, como a digitalização, para reduzir custos e aumentar a eficiência. Existe um consenso alargado, desde o setor financeiro a especialistas em sociologia, de que a raiz da crise habitacional reside no desequilíbrio estrutural entre uma procura crescente e uma oferta manifestamente insuficiente.
Os presidentes dos maiores bancos do país foram unânimes ao afirmar que, enquanto a oferta não for restabelecida, os preços não irão baixar.
Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos, salientou que a construção tem estado excessivamente focada no segmento de luxo, o que agrava a falta de opções para a classe média e os mais jovens. Para enfrentar este desafio, a Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC) está a promover o projeto "Next Generation MC", financiado pelo Compete 2030. A iniciativa visa preparar o setor para a digitalização e inovação nos processos logísticos, com o objetivo de "favorecer a redução de custos da construção, tornando a habitação mais acessível". José de Matos, secretário-geral da APCMC, destacou que a digitalização terá um impacto económico e social, melhorando as condições de trabalho e contribuindo para a valorização salarial. A aposta em tecnologia, como a impressão 3D e agentes de Inteligência Artificial, surge também como uma via para otimizar processos e controlar custos, refletindo uma mobilização do setor para encontrar soluções que permitam aumentar a produção de novas casas de forma mais sustentável e económica.