Representantes estudantis sublinham que a situação é insustentável.
Gonçalo Osório de Castro, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), destaca que "em Lisboa, o preço médio de um quarto é 500 euros", enquanto dados do Observatório do Alojamento Estudantil indicam um custo médio nacional de 415 euros. Francisco Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), é contundente na sua análise: "Com preços médios de 400 euros por quarto fazemos com que muitos estudantes nunca o cheguem a ser". A FAP alerta ainda para uma redução de 10% no número de estudantes deslocados no Porto entre 2018 e 2024, um indicador claro da barreira económica. A crise de alojamento, segundo Fernandes, cria uma realidade em que "para estudar no ensino superior é preciso ter dinheiro e sorte no código postal", apelando a um combate sério ao problema, que considera ser "reprodutor de desigualdades". A quebra demográfica é também apontada como um fator, mas as associações insistem que as questões sociais e económicas são determinantes para muitos jovens que, apesar de terem capacidades, são forçados a abandonar o sonho de prosseguir os estudos.