Um relatório recente indica que a taxa de esforço para arrendar uma casa atingiu 83% do rendimento familiar médio, evidenciando a crescente pressão financeira sobre as famílias. A análise do portal imobiliário Idealista revela um cenário preocupante, onde o esforço financeiro para arrendar casa no país subiu para 83% no segundo trimestre de 2025, um ponto percentual acima do ano anterior. Embora a taxa de esforço para a compra de habitação tenha estabilizado nos 71% a nível nacional, possivelmente devido à descida dos juros no crédito, a situação no mercado de arrendamento é crítica em várias cidades. Faro destaca-se como o caso mais grave, com a taxa de esforço a disparar 20 pontos percentuais num ano, atingindo 90%.
Outras cidades como Funchal (89%) e Lisboa (83%) apresentam valores igualmente insustentáveis, muito acima do limiar recomendado de 33%.
Mesmo em Lisboa e no Porto, onde se registou uma ligeira descida na taxa de esforço para arrendamento, os valores permanecem proibitivos. Dados de outros portais, como o Imovirtual, corroboram esta tendência, apontando para uma valorização homóloga de 17% no preço médio de venda na região Centro, com Coimbra e Santarém a registarem crescimentos de 32%.
Em Viseu, as rendas subiram 11% num ano.
Esta escalada de preços, que supera largamente o crescimento dos rendimentos, coloca uma pressão económica extrema sobre os agregados familiares, limitando a sua capacidade de poupança e o acesso a outros bens e serviços essenciais, e tornando o direito à habitação uma miragem para uma parte crescente da população.