Associações de estudantes apontam os custos elevados da habitação e a queda demográfica como as principais causas para esta diminuição acentuada.
Dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) confirmam que apenas 49.595 alunos se candidataram na primeira fase, menos 9.046 do que em 2024. Associações como a Federação Académica do Porto (FAP) e a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) alertam que o problema vai além da demografia. O presidente da FAP, Francisco Fernandes, afirma que "com preços médios de 400 euros por quarto fazemos com que muitos estudantes nunca o cheguem a ser", destacando que a redução de alunos deslocados no Porto revela um "grave problema" social. Em Lisboa, onde o preço médio de um quarto atinge os 500 euros, a situação é igualmente crítica.
A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) acrescenta que as dificuldades financeiras das famílias e a falta de alojamento a custos acessíveis são barreiras significativas.
Um estudo da Deloitte corrobora esta visão, indicando que 53% dos millennials e 40% da Geração Z em Portugal desistiram de prosseguir estudos superiores devido a limitações financeiras. A crise da habitação está, assim, a ter um impacto direto no acesso à educação e no futuro dos jovens, que se veem forçados a abandonar os seus sonhos académicos por não conseguirem suportar os custos de viver nas cidades universitárias.