Esta tendência de valorização, tanto na venda como no arrendamento, agrava as dificuldades de acesso a uma casa e consolida a crise no setor.
Os dados mais recentes pintam um cenário de forte pressão sobre o mercado imobiliário.
Segundo o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, a valorização homóloga atingiu os 17,7% em junho, refletindo uma aceleração sentida ao longo do ano. O preço médio de venda em Portugal Continental alcançou os 2.778 euros por metro quadrado, com os fogos novos a atingirem 3.771 €/m² e os usados 2.559 €/m². Outras análises apontam para um preço médio de venda nacional de 420.000 euros. A região Sul é particularmente afetada, com um aumento anual de 20% e um valor médio de 517.000 euros, sendo Faro o distrito mais caro do país (550.000 euros). O mercado de arrendamento segue uma trajetória semelhante, embora com subidas mais contidas. O valor médio nacional situa-se nos 1.300 euros, um aumento anual de 4%, com Faro a liderar novamente com uma renda média de 1.400 euros. Esta contínua subida de preços, que supera largamente o crescimento dos rendimentos, torna o acesso à habitação uma das maiores preocupações para as famílias portuguesas, limitando o seu poder de compra e capacidade de poupança. A dinâmica de mercado, impulsionada tanto pela procura interna como pelo investimento estrangeiro, continua a empurrar os valores para patamares que excluem uma parte significativa da população.