Esta carência contrasta com o parque de habitação pública, que representa apenas 2% do total de fogos, um valor residual quando comparado com a média europeia de 8%.
A meta, segundo o arquiteto, deveria ser atingir os 5% para regular o mercado.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê a disponibilização de 59.000 casas até 2030, é considerado insuficiente, pois, segundo Avelino Oliveira, "apenas um quarto, isto é, cerca de 14.000 é que são efetivamente habitação nova, o resto são bairros sociais existentes que serão alvo de reabilitação".
Esta perspetiva é corroborada por dados do Eurostat, citados num dos artigos, que indicam que "Portugal é o país com o pior acesso à habitação, na Europa, considerando o preço das casas e o rendimento per capita das famílias".
Patrícia Barão, especialista do setor imobiliário, descreve o tema como um "flagelo" e aponta a falta de uma "estrutura de built-to-rent (BTR)" como uma das falhas do mercado. A combinação de uma oferta insuficiente, um parque público diminuto e salários baixos cria um ciclo vicioso que torna o acesso à habitação uma das maiores crises sociais e económicas do país.